06 outubro 2007

Carros. Nosso maior patrimônio!

Carros. Nosso maior patrimônio!

Você já deve ter ouvido a frase citada acima, mas com pessoas no lugar de carros não é?
Pois é! Mas a prática é outra.
Nossa cidade com condições econômicas bastante fortes para favorecer às pessoas a facilidade em adquirirem seus veículos próprios, tem como conseqüência cada vez mais visível o famoso “muitos carros para poucas ruas”. Soma-se a isso a completa falta de visão de futuro dos governos municipais que se sucedem e apenas se limitam a mudar o fluxo que era pra lá; pra cá. Tirar o sinaleiro daqui para colocar lá! Obras de vulto que realmente desafoguem as vias? Não! Muitas vezes até parece que o trânsito da cidade é um ambiente daquele velho brinquedo chamado “playmobil” aonde se monta e desmonta um cenário de uma hora para outra.
Mas isso não é o fator mais grave em minha opinião. Todos que freqüentam auto escolas, ou mesmo assistem a aquelas famosas palestras da semana do trânsito, ficam sabendo de que no trânsito “civilizado” o elemento mais frágil tem preferência. Trocando em miúdo, isso quer dizer que o pedestre e depois o ciclista tem preferência frente às motos e carros.
Mas daí você me diz: “Ah! Mas isso só na teoria.”.
Então não podemos nos queixar nem lamentar quando nossa cidade figura entre uma das campeãs em atropelamentos, afinal aqui o trânsito é pouco planejado e o pouco que é planejado simplesmente ignora totalmente o principal elemento que é a vida e o ser humano. Basta ver o estado - na maioria das vezes lastimável - das calçadas isso quando elas existem. Faixa de pedestre aqui para a esmagadora maioria dos motoristas não passa apenas como mera peça de decoração. Até porque se faça justiça se parar buzinam ou se não batem na traseira, pois nosso trânsito lembra muito um desenho animado do Pateta.
Ah! E se você é ciclista? Igualmente ao pedestre está fu. A cidade cresce, mas as quilometragens das nossas ciclovias continuam as mesmas da década de 80. Pois não venha querer dizer que um ciclista sinta-se seguro circulando por uma ciclo faixa que são aqueles espaços ao lado das ruas e avenidas “protegidas” com pedaços de concreto popularmente conhecidos como meio fio de trecho em trecho ou muitas vezes com apenas uma bicicleta pintadinha no chão a cada 150 metros.
Já se diz que podemos medir a civilidade e a maturidade de um povo pela forma com que ele se comporta no trânsito. Se assim for, a única coisa que temos que lembra a Europa é o sobrenome de alguns moradores.