29 novembro 2008

O pior ainda está por vir?

Parte do artigo semanal de Leonardo Boff que merece a leitura e reflexão:


"Ora, são os fins humanitários que sustentam a sociedade e conferem propósito à vida. Bem o expressou o nosso economista-pensador Celso Furtado: “O desafio que se coloca no umbral do século 21 é nada menos do que mudar o curso da civilização, deslocar o eixo da lógica dos meios a serviço da acumulação, num curto horizonte de tempo, para uma lógica dos fins em função do bem-estar social, do exercício da liberdade e da cooperação entre os povos” (“Brasil: a Construção Interrompida”, 1993,76).

Não foi isso que os ideólogos do neoliberalismo, da desregulação da economia e do laissez faire dos mercados nos aconselharam. Eles mentiram para toda a humanidade, prometendo-lhe o melhor dos mundos. Para essa via, não existiam alternativas, diziam. Tudo isso foi agora desmascarado, gerando uma crise que vai ficar ainda pior.

A razão reside no fato de que a atual crise se instaurou no seio de outras crises ainda mais graves: a do aquecimento global, que vai produzir dimensões catastróficas para milhões da humanidade, e a da insustentabilidade da Terra, em conseqüência da virulência produtivista e consumista. Precisamos de um terço a mais de terra. Quer dizer, a Terra já passou em 30% sua capacidade de reposição. Ela não agüenta mais o crescimento da produção e do consumo atuais como é proposto para cada país. Ela vai se defender produzindo caos, não criativo, mas destrutivo.

Aqui reside o limite do capital: o limite da Terra. Isso não existia na crise de 1929. Dava-se por descontada a capacidade de suporte da Terra. Hoje, não: se não salvarmos a sustentabilidade da Terra, não haverá base para o projeto do capital em seu propósito de crescimento. Depois de haver precarizado o trabalho, substituindo-o pela máquina, está agora liquidando com a natureza.

Essas ponderações aparecem raramente no atual debate. Predomina o tema da extensão da crise, dos índices da recessão e do nível de desemprego. Neste campo, os piores conselheiros são os economistas, especialmente os ministros da Fazenda. Eles são reféns de um tipo de razão que os cega para essas questões vitais. Há que se ouvir os pensadores e os que ainda amam a vida e cuidam da Terra."

Teólogo, professor e membro da Comissão da Carta da Terra

19 novembro 2008

13 novembro 2008

Ocupação & Assoreamento



"Temos 52% do esgoto tratado em Jaraguá. Creio que o problema maior seja mesmo a ocupação desordenada, que gera a exposição do solo e o assoreamento do rio" comenta Leocádio Neves e Silva, assessor ambiental do Samae de Jaraguá do Sul e presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Itapocu.

10 novembro 2008

Paisagem Urbana

“Paisagem Urbana é um conceito que exprime a arte de tornar coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano”. (Gordon Cullen 1961). É com esse conceito e tendo presente que nossa cidade enfrenta um severo avanço do espaço urbano que vejo ser necessário organizar nossa paisagem urbana jaraguaense, em especial a de disciplinar a publicidade conhecida como mídia externa. Hoje placas, faixas, banner’s, flâmulas, bandeirolas, cartazes, empenas, outdoor’s e todas as espécies de propagandas visuais externas não possuem uma regulamentação específica o que vem gerando em determinados locais uma verdadeira poluição visual que acaba ocultando belezas arquitetônicas locais, atrapalhando sinalizações de trânsito e até mesmo agredindo espaços naturais como margens de rios e áreas arborizadas.
Cidades como São Paulo desde 2006 e Blumenau desde 2007 já possuem leis que disciplinam a publicidade exposta diretamente ou direcionada para logradouros públicos. Tais leis ficaram conhecidas como leis da “cidade limpa” e no princípio de suas aplicações legais causaram a revolta de alguns setores, mas que no contexto geral agradaram a opinião pública, visto que promovem o bem estar estético, cultural e ambiental da população, a segurança das edificações, a valorização do ambiente natural e construído, a segurança, a fluidez e o conforto nos deslocamentos de veículos e pedestres, a preservação da memória cultural, a preservação e a visualização das características peculiares das ruas e avenidas e das fachadas; a preservação e a visualização dos elementos do meio ambiente em seu conjunto, o fácil acesso e utilização das funções e serviços de interesse coletivo nas ruas e vias em geral.
Alguns locais em nossa cidade a poluição visual é tão grande que é praticamente impossível se distinguir o que cada mídia externa está anunciando tamanha é a desordem instalada. Fora que alguns cartões postais arquitetônicos e naturais locais se o turista fotografar levará de brinde na foto imagens de propaganda. Em alguns cruzamentos se torna um verdadeiro desafio visual distinguir em meio a tantas propagandas a sinalização de trânsito ou o nome de ruas e avenidas. Até árvores e margens de rios são praticamente tapados por toda a sorte de anúncios.
De fato precisamos seguir os bons exemplos de São Paulo e Blumenau e fazer também de Jaraguá do Sul uma cidade limpa e organizada no que diz respeito à propaganda externa. Anunciar é preciso, mas respeitar e valorizar nossas belezas naturais e construídas mais ainda.

02 novembro 2008

Por que não um Jardim?

No dia destinado à lembrança das pessoas já falecidas e uma necessidade voltou a ser lembrada em nossa cidade que é a de se ter um novo cemitério municipal.
Já conhecidos em outros centros urbanos e comuns em filmes e amplamente adotados na América do Norte, os cemitérios jardins bem que poderiam inspirar o estilo do novo cemitério por aqui. Os cemitérios jardins se tratam de uma evolução dos convencionais, pois amenizam a escassez de áreas de proximidade urbana para sepultamento. Eliminam o exagero na ostentação em mausoléus e não apresentam a frieza artificial dos cemitérios verticais. Evidenciam a igualdade absoluta entre homens e mulheres, pois não apresentam qualquer distinção econômica, de raça, de crença ou de qualquer natureza. Criam um ambiente especial para meditação, evocação e saudade na forma de um jardim bonito e natural reservando apenas uma simples e padronizada lápide de granito para identificação dos que ali repousam.
Hoje basta notar o verdadeiro labirinto que se transformaram os atuais cemitérios da cidade que causam desconforto até para se localizar o túmulo de parentes já falecidos, fora os furtos de adornos e adereços dos túmulos e mausoléus.
Que tal Jaraguá do Sul fazer do seu novo cemitério municipal um jardim da saudade? Um espaço que de forma bonita e agradável sirva como última morada de seus habitantes.