30 dezembro 2008

Beber e Dirigir

23 dezembro 2008

14 dezembro 2008

A natureza não agiu sozinha

“A tendência natural é que os governos falem que a chuva foi o fator preponderante para não assumirem suas responsabilidades” Drª.Beate Frank (professora de gestão de recursos hídricos do mestrado em engenharia ambiental e secretária executiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí).

A causa da catástrofe que deixou milhares de desabrigados e pelo menos 126 mortos em Santa Catarina não pode ser resumida a apenas um fator. Mesmo sem haver um mecanismo para prever deslizamentos, indicativos poderiam ter contribuído para evitar mortes. A falta de informações e de leis e o pouco interesse político em priorizar a área ambiental nos governos são fatores apontados por especialistas como parte responsável pelos desastres.Para a doutora em ciência ambiental e professora de urbanismo Sandra Momm Schult, da Universidade Regional de Blumenau (Furb), os governos têm pouca informação e recursos humanos.Outros problemas são a restrição de destinação de recursos e da atenção para as políticas na área, além de órgãos municipais e estaduais sem condições de fazer a gestão urbana e ambiental.Conforme a professora, nem todas as imposições da legislação federal sobre meio ambiente são consideradas nos planos diretores. As discussões se concentram mais em abertura de ruas e no interesse da especulação imobiliária, diz.Outro alerta de Sandra é sobre a importância de não se tratar isoladamente o curso de um rio porque uma bacia hidrográfica não representa um sistema de limites municipais.
Segundo Beate Frank, o reflexo da chuva no solo é fortemente acentuado pela ocupação humana. Nas áreas rurais, isso sequer é previsto e nas áreas urbanas não se mantém um controle rigoroso para a não-ocupação das áreas vulneráveis. O conhecimento técnico sobre as possibilidades de tragédias, segundo ela, são menosprezados.Beate defende o planejamento regional da questão ambiental. Também é preciso levar mais a sério as inter-relações dos problemas que ocorrem para além das delimitações das cidades.Neste momento, além de planejar, ela propõe que a palavra reconstrução – que sugere os mesmos erros – seja substituída por recuperação. “O desafio é pensar como recuperar a sociedade e a cultura, com uma relação mais respeitosa com a natureza”.

10 dezembro 2008

TV Câmara

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03 dezembro 2008

Dor e Fibra Catarina

É fim de novembro e o pedaço especial da terra brasilis acostumado com o som de festas tradicionais, com o brilho do sol e o azul do mar se vê tomado pelo assustador barulho da chuva forte. Os boletins das condições do tempo parecem discos de vinil riscados que insistem em dizer que vai chover; chover e chover.
Rios sobem com águas barrentas e a natureza se mostra muito revoltada. Na lembrança do povo vem os sombrios anos de 83 e 84 e os semblantes se fecham. Antes aquelas faces risonhas sempre prontas a dizer um bom dia, uma boa tarde em que posso ser útil? Agora se mostram preocupadas e assustadas.
De repente num final de semana o pior acontece. O Itajaí-açu sobe e avança sobre a linda Blumenau e engole a praiana e faceira Itajaí. Os morros dos vales catarinenses não suportam tanta água e começam a se desmanchar tal qual sorvete no asfalto quente. Comunidades rurais formadas por pessoas simples e batalhadoras perecem em meio às águas e à lama. O gasoduto se rompe em assustadora explosão e o incêndio que em meio à chuva causa a sensação de extremo pavor. Rodovias desaparecem e a região se vê isolada do mundo. Vidas e sonhos terminam. Ouve-se a sinfonia do pânico e da morte. Animais nos campos correm tentando fugir das águas. A confusão se instala. Sirenes e alarmes tocando sem parar em meio à solidão e a escuridão de uma noite que parece não ter fim. Telefones emudecem e as emissoras de rádio e os canais de televisão de todo o país e até do exterior mostram em tempo real a tela de uma triste pintura catastrófica. Bombeiros, militares e um exército sem fim de voluntários se fazem presentes. Helicópteros surgem parecendo mãos divinas a prestar socorro e irmãos brasileiros de norte a sul se unem em prol de ajudar aos catarinenses. As chuvas param e é hora de lamentar e sepultar os mortos, de calcular os prejuízos e ver o que restou.
O sol volta a brilhar e ajuda a tornar mais visível toda a destruição. Ajuda também a secar as lágrimas dos olhos e a mostrar toda a fibra e raça do povo que levanta, se lava da lama e reconstrói a Santa e Bela Catarina.