23 fevereiro 2011

Delegado Deixa Escrivã Nua



A Corregedoria da Polícia Civil de SP arquivou o inquérito que investigava dois delegados suspeitos de abuso de autoridade durante a prisão de uma escrivã de polícia que atuava no 25º DP, no bairro de Parelheiros (zona sul de SP).
Conforme a denúncia, os policiais Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, ambos da Corregedoria, tiraram a calça e a calcinha de uma escrivã que era investigada pelo crime de concussão, quando um servidor exige o pagamento de propina.
O caso aconteceu em junho de 2009. Ao longo dos 12 minutos do vídeo, a escrivã diz que os delegados poderiam revistá-la, mas que só retiraria a roupa para policiais femininas. Mas nenhuma investigadora da corregedoria foi até o local para acompanhar a operação.
Ao final, o delegado Eduardo Filho, uma policial militar e uma guarda civil algemam a escrivã retiram a roupa dela e encontram quatro notas de R$ 50. A escrivã foi presa em flagrante e, após responder a processo interno, acabou sendo demitida pela Polícia Civil. No mês seguinte, seus advogados recorreram da decisão.
"Foi um excesso desnecessário. Ela só não queria passar pelo constrangimento de ficar nua na frente de homens", disse o advogado Fábio Guedes da Silveira.
Para a Corregedoria, não houve excessos na ação dos dois delegados. Segundo a corregedora Maria Inês Trefiglio Valente, eles agiram "dentro do poder de polícia".
O promotor Everton Zanella foi ouvido no inquérito que investigou os policiais e disse que a retirada da roupa foi uma consequência do transcorrer da operação.
"Houve apenas um pouco de excesso na hora da retirada da calça da escrivã, todavia, em nenhum momento vislumbrei a intenção do delegado que comandava a operação de praticar qualquer ato contra a libido da escrivã", disse o promotor no inquérito.
Além de ser expulsa, a escrivã responde a um processo criminal. A primeira audiência do caso só deverá ocorrer em maio, conforme seus advogados.
Os delegados Eduardo Filho e Gustavo Gonçalves continuam trabalhando na Corregedoria da Polícia Civil. A corregedora os caracterizou como policiais "corajosos e destemidos". A Folha não localizou os dois policiais neste sábado para comentar o assunto.
(Folha de São Paulo)

15 fevereiro 2011

Desmatamento Amazônico


A imagem do satélite mostra a famosa área de convergência do Atlântico Sul. É notável que o efeito do desmatamento amazônico acaba lançando uma grande massa de umidade sobre a região sul e sudeste do Brasil o que provoca essa quantidade de chuva que em muito foge da normalidade pluviométrica da estação.

05 fevereiro 2011

Desassorear é preciso

O maior problema ambiental de nossa região apontado pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia do Itapocu é mesmo a ocupação desordenada, que gera a exposição do solo e o assoreamento dos rios. E o problema já vem sendo apontado mesmo antes da criação do comitê.

O que acontece é que não apenas aqui na região, mas principalmente aqui, tudo o que é projeto ou decisão que traz solução e é de interesse público caminha lentamente e se for de caráter ambiental então se torna ainda mais moroso e de maneira geral quando ocorre como se diz por aí o leite já derramou, ou a enxurrada já alagou e a encosta já desabou.

O velho Itapocu e os seus amigos Jaraguá, Garibaldi, da Luz, Molha e Chico de Paulo, nunca estiveram tão assoreados. Lembram em alguns trechos não mais que são rios, mas sim meras valas por onde antes até navegação já ocorreu. Áreas antes reservadas como várzeas para os períodos de cheias hoje são aterros e abrigam casas, bairros e o pior, famílias que sofrem e perdem muito a cada período de chuvas mais intensas.

E o que está sendo feito? Nada! Ou melhor, está sim. Continuamos autorizando ou pelo menos fazendo vistas grossas a invasões de áreas de risco, aterros indevidos das margens dos rios e jogamos cada dia mais e mais materiais e resíduos para dentro das calhas dos nossos cursos de água.

O problema é grave e vai ficar pior ainda nos próximos anos. Algo precisa e deve ser imediatamente feito no sentido de uma macro dragagem de toda a nossa bacia hidrográfica, obviamente respeitando-se todas as normas ambientais. Mas é flagrante a urgência em devolvermos vida e espaço aos nossos rios e não apenas ficar chorando e até blasfemando em toda chuva forte que acontece.

Desassorear é preciso, antes que viver aqui seja impossível.