O norte nordeste de
Santa Catarina tem indiscutivelmente sua principal força econômica nas
indústrias. Metalúrgicas, mecânicas, têxteis, químicas e alimentícias fazem a
famosa pujança regional. A rotina das entradas e saídas dos trabalhadores das
fábricas, o vai e vem dos caminhões que entram com matérias primas e saem
carregados rumo aos portos e rodovias, é retratada até no hino de cidades como
Jaraguá do Sul quando entoa “a indústria a todo o vapor”. O aumento
populacional principalmente nas décadas de 80 e 90 que fez dobrar em pouco mais
de duas décadas a população das cidades daqui. Hoje essas mesmas indústrias
made in SC estão ameaçadas. Claro que a crise não atinge apenas as indústrias
catarinenses, infelizmente tudo isso está ligado ao contexto da
desindustrialização brasileira.
Leis trabalhistas
getulistas, infraestrutura de transportes composta por ferrovias sucateadas,
rodovias ultrapassadas e mal conservadas, portos com logísticas de despacho e
embarque de mercadorias da época do império, falta de qualificação da mão de
obra, carga tributária literalmente lesiva, praticada pelo governo justamente
contra o empreendedor que o único crime que comete é o de gerar emprego e
renda. Sem falar da guerra cambial mundial protagonizada principalmente pela
China. Para se ter uma ideia até mesmo os produtos que daqui saem com o made in
Brazil, um quinto deles é oriundo do gigante asiático. Estamos entregando nosso
mercado aos chineses. Estamos importando mais que exportando e o que exportamos
significativamente são commodities tais como minérios e grãos e não produtos
industrializados. Hoje para se manter, muitas empresas tem optado apenas em
colar etiquetas, visto que o produto chega via containers e de olhinhos
puxados.
O crescimento pífio do
PIB, aliás, sendo chamado de “pibinho”, retrata a economia brasileira num ritmo
desanimador de crescimento, em 2012 de 0,9 %, e nesse ano dificilmente chegará
ao crescimento previsto de 3%. Para se ter ideia nosso crescimento na América
Latina, fica na frente apenas do Paraguai, vou repetir do Paraguai. A redução
de IPI para carros e linha branca, deu um fôlego ao Comércio, mas para a
Indústria serviu apenas para baixar estoques, e não para incentivar a produção.
É uma política de remendos pontuais, sem ações estruturais. As prateleiras do
comércio cada dia mais ocupadas por produtos made in China e a indústria
nacional agonizando.
Chega de colocar a
culpa na crise internacional, na guerra cambial mundial. A indústria nacional
pede socorro, a indústria catarinense clama por uma nova política
desenvolvimentista que de fato valorize e incentive a perpetuação da vocação
econômica regional para que ela continue a todo o vapor não apenas no hino e na
bandeira.