O maior problema ambiental de nossa região apontado pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia do Itapocu é mesmo a ocupação desordenada, que gera a exposição do solo e o assoreamento dos rios. E o problema já vem sendo apontado mesmo antes da criação do comitê.
O que acontece é que não apenas aqui na região, mas principalmente aqui, tudo o que é projeto ou decisão que traz solução e é de interesse público caminha lentamente e se for de caráter ambiental então se torna ainda mais moroso e de maneira geral quando ocorre como se diz por aí o leite já derramou, ou a enxurrada já alagou e a encosta já desabou.
O velho Itapocu e os seus amigos Jaraguá, Garibaldi, da Luz, Molha e Chico de Paulo, nunca estiveram tão assoreados. Lembram em alguns trechos não mais que são rios, mas sim meras valas por onde antes até navegação já ocorreu. Áreas antes reservadas como várzeas para os períodos de cheias hoje são aterros e abrigam casas, bairros e o pior, famílias que sofrem e perdem muito a cada período de chuvas mais intensas.
E o que está sendo feito? Nada! Ou melhor, está sim. Continuamos autorizando ou pelo menos fazendo vistas grossas a invasões de áreas de risco, aterros indevidos das margens dos rios e jogamos cada dia mais e mais materiais e resíduos para dentro das calhas dos nossos cursos de água.
O problema é grave e vai ficar pior ainda nos próximos anos. Algo precisa e deve ser imediatamente feito no sentido de uma macro dragagem de toda a nossa bacia hidrográfica, obviamente respeitando-se todas as normas ambientais. Mas é flagrante a urgência em devolvermos vida e espaço aos nossos rios e não apenas ficar chorando e até blasfemando em toda chuva forte que acontece.
Desassorear é preciso, antes que viver aqui seja impossível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário