31 maio 2013

Tudo Contra a Indústria





O norte nordeste de Santa Catarina tem indiscutivelmente sua principal força econômica nas indústrias. Metalúrgicas, mecânicas, têxteis, químicas e alimentícias fazem a famosa pujança regional. A rotina das entradas e saídas dos trabalhadores das fábricas, o vai e vem dos caminhões que entram com matérias primas e saem carregados rumo aos portos e rodovias, é retratada até no hino de cidades como Jaraguá do Sul quando entoa “a indústria a todo o vapor”. O aumento populacional principalmente nas décadas de 80 e 90 que fez dobrar em pouco mais de duas décadas a população das cidades daqui. Hoje essas mesmas indústrias made in SC estão ameaçadas. Claro que a crise não atinge apenas as indústrias catarinenses, infelizmente tudo isso está ligado ao contexto da desindustrialização brasileira. 

Leis trabalhistas getulistas, infraestrutura de transportes composta por ferrovias sucateadas, rodovias ultrapassadas e mal conservadas, portos com logísticas de despacho e embarque de mercadorias da época do império, falta de qualificação da mão de obra, carga tributária literalmente lesiva, praticada pelo governo justamente contra o empreendedor que o único crime que comete é o de gerar emprego e renda. Sem falar da guerra cambial mundial protagonizada principalmente pela China. Para se ter uma ideia até mesmo os produtos que daqui saem com o made in Brazil, um quinto deles é oriundo do gigante asiático. Estamos entregando nosso mercado aos chineses. Estamos importando mais que exportando e o que exportamos significativamente são commodities tais como minérios e grãos e não produtos industrializados. Hoje para se manter, muitas empresas tem optado apenas em colar etiquetas, visto que o produto chega via containers e de olhinhos puxados.

O crescimento pífio do PIB, aliás, sendo chamado de “pibinho”, retrata a economia brasileira num ritmo desanimador de crescimento, em 2012 de 0,9 %, e nesse ano dificilmente chegará ao crescimento previsto de 3%. Para se ter ideia nosso crescimento na América Latina, fica na frente apenas do Paraguai, vou repetir do Paraguai. A redução de IPI para carros e linha branca, deu um fôlego ao Comércio, mas para a Indústria serviu apenas para baixar estoques, e não para incentivar a produção. É uma política de remendos pontuais, sem ações estruturais. As prateleiras do comércio cada dia mais ocupadas por produtos made in China e a indústria nacional agonizando.
Chega de colocar a culpa na crise internacional, na guerra cambial mundial. A indústria nacional pede socorro, a indústria catarinense clama por uma nova política desenvolvimentista que de fato valorize e incentive a perpetuação da vocação econômica regional para que ela continue a todo o vapor não apenas no hino e na bandeira.

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