Maldita Bituca

Sei que no momento SC não fala de outra coisa se não da onda de ataques do crime organizado principalmente contra ônibus. No entanto vou falar de outro ataque que é cometido de forma silenciosa, gradual e cotidianamente e que de maneira geral passa despercebida da maioria de nós que é o ato irresponsável que infelizmente a maioria dos fumantes tem de jogar as famosas bitucas de cigarro por ruas e logradouros públicos.

Esse ato que de forma individualizada não representa um mal, acaba se somando a inúmeras outras bitucas jogadas por praticamente todos os fumantes e ao final de um dia, de uma semana, de um mês, ruas, avenidas, praças e jardins e por fim bueiros e o sistema de esgotamento pluvial estão lá tomados pelas bitucas.

O que poucos sabem é que a bituca é reciclável e o processo para reciclagem está em desenvolvimento desde 2004, pela Universidade de Brasília (UnB) e consiste basicamente em transformar esse lixo em papel. Para isso, basta misturar as bitucas com soda cáustica e água oxigenada, depois cozinhar. Após esse cozimento, é só espalhar a pasta resultante e esperar secar. Esse método de reciclagem foi criado por Marco Antônio Barbosa Duarte, então aluno de Biologia da UnB.

Curitiba atualmente é a cidade mais preocupada com essa situação no Brasil, para se ter ideia são 8 milhões de bitucas descartadas por dia na capital paranaense, gerando descarte diário de 1,5 tonelada. Aliás, por lá há multa prevista de R$ 400,00 para quem descarta bitucas (ou qualquer outra forma de lixo) em via pública. A penalidade está prevista desde 2004, de acordo com o artigo 291 da Lei Municipal nº 11.095.

O fato é que esperar bom senso por parte de todos os fumantes para não jogarem as bitucas em vias públicas é uma utopia. Poderia se partir para a política da reciclagem reversa, ou seja, exigir por parte das fabricantes de cigarro a responsabilidade pelo recolhimento e reciclagem das bitucas.

Bitucas diariamente lançadas em vias públicas