É
praticamente unânime que a forma mais adequada para destinação de resíduos
sólidos urbanos (lixo) passa pelo que ficou conhecido como os 3 R’s: Redução,
Reutilização e Reciclagem. É um caminho um pouco mais longo, pois pressupõem
mudança de cultura com relação aos resíduos, mas isso já começa a mudar e as pessoas
cada dia mais tem essa consciência dos 3 R’s.
Reduzir, Reciclar e Reutilizar |
A separação
inicial dos resíduos, o famoso plástico, papel, metal, vidro e orgânico e
consequentemente o tratamento diferenciado desses resíduos mostra menores
riscos ambientais. Quando lemos sobre a incineração de resíduos, claro que a
tecnologia avançou bastante na diminuição de riscos na emissão de toxinas, no
entanto, termelétricas e incineradores caminham na contra mão do pensamento
ambiental mundial por produzirem a emissão de grandes quantidades de CO2 e
calor que favorecem o aquecimento global. Os incineradores têm tido um
histórico brutal. A emissão de particulados, dioxinas, furanos e metais
pesados, bem como a falta de estudos sobre as condições de nossas bacias
atmosféricas relacionadas a estes poluentes. Os efeitos adversos dessas
substâncias, que incluem câncer, estão registrados em inúmeros documentos de fontes
científicas inquestionáveis, a ponto de banimento por tratados internacionais.
As usinas de incineração geram cinzas tóxicas que precisam ser dispostas em
aterros para resíduos perigosos; efluentes contaminados que precisam ser
tratados; filtros contaminados que serão nada menos que resíduos perigosos
Classe I, que também costumam ser incinerados na própria usina.
A proposta
mais adequada para solucionar a gestão de resíduos urbanos é promover a
compostagem. Estima-se que cerca de 60% do lixo urbano seja orgânico. O Brasil
é um dos grandes importadores de adubo, logo, em vez de incinerar, poderia
aproveitá-lo na produção de aditivos agrícolas. Os grandes geradores de
resíduos orgânicos – supermercados, feiras e companhias de abastecimento de
alimentos devem separar esses materiais previamente.
A
incineração dos resíduos é vendida para a sociedade como solução definitiva
para o lixo com a geração de energia, enquanto as alternativas limpas e de uso
racional tem sido relegadas ao descaso. A lógica reversa que elimina o
desperdício e o enterramento de materiais cuja produção consumiu alto teor de
água, energia e matéria-prima não é posta.
Usina de Incineração de Lixo |
Olhando sob
o aspecto de políticas públicas, notamos que não são enfrentados os processos
de uso irracional, seja de energia ou hábitos de consumo. Estamos permitindo a
consolidação de uma sociedade cada vez mais consumista e alienada para os
aspectos da sustentabilidade, sem percepção dos limites das alterações
aceitáveis do meio ambiente. Não há coragem política, diante da sociedade de
consumo embriagada pela euforia econômica de ciclo passageiro, desfrutando
alucinadamente do ritmo econômico conjuntural. Neste momento de euforia,
perde-se a grande oportunidade do incentivo a comportamentos mais responsáveis.
Governos federal, estadual e municipal, setor produtivo e população convivem
num pacto silente, uma espécie de “chegou nossa vez”.
Reduzir,
Reutilizar e Reciclar. Incinerar é um risco muito grande. A ideia do Centro de
Reciclagem e Destinação de Resíduos me parece mais adequada à necessidade
ambiental mundial da atualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário