22 fevereiro 2013

Reduzir, Reciclar e Reutilizar Sim! Incinerar Não!



É praticamente unânime que a forma mais adequada para destinação de resíduos sólidos urbanos (lixo) passa pelo que ficou conhecido como os 3 R’s: Redução, Reutilização e Reciclagem. É um caminho um pouco mais longo, pois pressupõem mudança de cultura com relação aos resíduos, mas isso já começa a mudar e as pessoas cada dia mais tem essa consciência dos 3 R’s.
Reduzir, Reciclar e Reutilizar

A separação inicial dos resíduos, o famoso plástico, papel, metal, vidro e orgânico e consequentemente o tratamento diferenciado desses resíduos mostra menores riscos ambientais. Quando lemos sobre a incineração de resíduos, claro que a tecnologia avançou bastante na diminuição de riscos na emissão de toxinas, no entanto, termelétricas e incineradores caminham na contra mão do pensamento ambiental mundial por produzirem a emissão de grandes quantidades de CO2 e calor que favorecem o aquecimento global. Os incineradores têm tido um histórico brutal. A emissão de particulados, dioxinas, furanos e metais pesados, bem como a falta de estudos sobre as condições de nossas bacias atmosféricas relacionadas a estes poluentes. Os efeitos adversos dessas substâncias, que incluem câncer, estão registrados em inúmeros documentos de fontes científicas inquestionáveis, a ponto de banimento por tratados internacionais. As usinas de incineração geram cinzas tóxicas que precisam ser dispostas em aterros para resíduos perigosos; efluentes contaminados que precisam ser tratados; filtros contaminados que serão nada menos que resíduos perigosos Classe I, que também costumam ser incinerados na própria usina.

A proposta mais adequada para solucionar a gestão de resíduos urbanos é promover a compostagem. Estima-se que cerca de 60% do lixo urbano seja orgânico. O Brasil é um dos grandes importadores de adubo, logo, em vez de incinerar, poderia aproveitá-lo na produção de aditivos agrícolas. Os grandes geradores de resíduos orgânicos – supermercados, feiras e companhias de abastecimento de alimentos devem separar esses materiais previamente.

A incineração dos resíduos é vendida para a sociedade como solução definitiva para o lixo com a geração de energia, enquanto as alternativas limpas e de uso racional tem sido relegadas ao descaso. A lógica reversa que elimina o desperdício e o enterramento de materiais cuja produção consumiu alto teor de água, energia e matéria-prima não é posta.

Usina de Incineração de Lixo
Olhando sob o aspecto de políticas públicas, notamos que não são enfrentados os processos de uso irracional, seja de energia ou hábitos de consumo. Estamos permitindo a consolidação de uma sociedade cada vez mais consumista e alienada para os aspectos da sustentabilidade, sem percepção dos limites das alterações aceitáveis do meio ambiente. Não há coragem política, diante da sociedade de consumo embriagada pela euforia econômica de ciclo passageiro, desfrutando alucinadamente do ritmo econômico conjuntural. Neste momento de euforia, perde-se a grande oportunidade do incentivo a comportamentos mais responsáveis. Governos federal, estadual e municipal, setor produtivo e população convivem num pacto silente, uma espécie de “chegou nossa vez”.

Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Incinerar é um risco muito grande. A ideia do Centro de Reciclagem e Destinação de Resíduos me parece mais adequada à necessidade ambiental mundial da atualidade.

Nenhum comentário: