03 dezembro 2012

Deixe-me ser ignorante


Talvez por ser segunda feira, ou por começar a viver a semana de mais um aniversário sem muito a comemorar, o texto de hoje eu não recomendo para quem ainda acredita em valores como honestidade, persistência, inteligência.
Tenho algumas manias na vida, e quem já passou dos 30 e poucos, elas só aumentam em quantidade e intensidade. Uma das manias é a de ser um cidadão muito bem informado, acompanhando o noticiário diário em três ou quatro veículos de comunicação, lendo, ouvindo e assistindo sobre o mesmo assunto. Essa mania eu adquiri desde cedo, acompanhando meu avô que cedinho ouvia pelo rádio em um volume comunitário os noticiários da Rádio Guaíba, da Gaúcha e da B2 de Curitiba.
Com o advento da internet, a facilidade em se ter publicações e a verdadeira infestação de revistas e jornais, alguns deles que surgem e deixam de existir com a mesma velocidade dos sucessos musicais atuais, tornou-se ainda mais fácil se ter acesso as notícias. O mundo ficou pequeno.
Mas hoje me pergunto: Será que vale a pena estar tão bem informado? Ou quanto mais fico informado mais me entristeço?
Pois ao ficar mais informado, mais e mais percebo que quem se dá bem na verdade cultua a ignorância, se prevalece dos jeitinhos, utiliza-se livremente da mutretagem.
O que estuda, o que se esforça, o que procura ser uma pessoa inteligente, letrada e antes de tudo honesta só se ferra. Afinal vivemos o país das Rosemary’s, o país que Tatu Bola vira Fuleco, que a bola vira Cafusa e que certos publicitários ganharam muito bem para “bolarem” nomes tão criativos como esses.
Eu avisei, talvez seja meu péssimo humor de hoje, mas só por hoje vou desligar o rádio, a TV, não irei ler os jornais nem acessar os portais de notícia. Deixa-me ser ao menos um dia ignorante.   


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